Parlamentares do PL, mesmo ausentes da Câmara, tiveram emendas aprovadas sem restrição
Por Raony Salvador | Revista Fórum
Mesmo longe do país e ignorando há meses as atividades legislativas, Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem continuam movimentando verbas públicas. Os dois deputados do PL, atualmente vivendo no exterior para escapar das decisões do STF, conseguiram incluir R$ 80,5 milhões em emendas individuais no Orçamento de 2026.
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| Reprodução de Vídeo/YouTube/ Agência brasil |
As emendas foram aprovadas nesta terça-feira (2) pelo comitê de admissibilidade da Comissão Mista de Orçamento. A situação causa perplexidade porque não existe norma para parlamentares ausentes que continuam com mandato ativo. Eduardo está fora do Brasil desde março. Ramagem deixou o país em setembro e depois foi condenado a 16 anos e um mês de prisão. Mesmo assim, ambos tiveram as emendas validadas.
Eduardo destinou recursos à atenção primária à saúde e segurança pública. Ramagem distribuiu verbas entre saúde, forças militares e apoio à pesquisa científica na Antártica. As listas não seguem coerência interna no que diz respeito aos projetos, o que sugere confiança na execução dos valores em 2026, pautadas exclusivamente pelas suas bases eleitorais.
No mesmo limbo está Carla Zambelli, cassada pelo STF, mas ainda considerada deputada pela Câmara. Ontem (02) o relator do seu na CCJ questionou sentença do STF e pediu a manutenção do mandato de Zambelli. Porém, diferentemente dos colegas, suas emendas já são operadas pelo suplente.
A tendência é que Eduardo, Ramagem e Zambelli percam os mandatos apenas por falta de comparecimento, o que só ocorre a partir de março de 2026. Até lá, poderão manejar recursos públicos previstos no Orçamento.
Antes de fugir do Brasil para os Estados Unidos, Alexandre Ramagem (PL-RJ) também conseguiu movimentar, em apenas um ano, um volume grande de recursos públicos -- o deputado destinou R$ 24,3 milhões em emendas parlamentares, sendo maior parte desse dinheiro já sido liberada.
Os gastos com o gabinetes dos deputados também seguem a pleno vapor. Em outubro de 2025, período em que os três já estavam impedidos de exercer o cargo por decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, a Casa gastou, segundo o site Congresso em Foco, R$ 398,4 mil apenas com a manutenção dos gabinetes dos parlamentares.
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