Crise dos Correios: Prejuízo pode recair sobre a sociedade, diz Salto (VIDEO)

Economista afirmou em entrevista ao CNN Money que, com prejuízos crescentes, empréstimo "salvador" com aval do Tesouro Nacional pode afetar resultado fiscal do país

Da CNN Brasil  

A situação financeira dos Correios tem se agravado significativamente, levando o governo federal a considerar uma revisão das metas das estatais para 2026.

Crise dos Correios: Prejuízo pode recair sobre a sociedade, diz Salto

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, disse em entrevista ao CNN Money que o eventual empréstimo de R$ 20 bilhões com aval do Tesouro Nacional pode gerar piora fiscal e resultar em impactos diretos para a população.

"Não dá para acomodar a piora do resultado da estatal e deixar por isso. Se deixar por isso, quem vai pagar é a sociedade como um todo, porque a dívida pública vai ser afetada, a taxa de juros vai ficar ainda mais pressionada, portanto o resultado agregado é muito ruim", afirmou.

De acordo com análises das informações contábeis disponibilizadas pela empresa, os Correios enfrentam sérias dificuldades tanto em termos de caixa quanto de resultados operacionais, aponta Salto.

Impacto nas contas públicas

O economista ressalta que a situação dos Correios não é um caso isolado: outras oito empresas estatais também apresentam prejuízos significativos, conforme relatório divulgado pelo próprio governo.

Salto coloca em pauta a possibilidade de privatização da estatal como solução para a crise financeira da empresa.

"Qual o sentido de ficar carregando uma empresa que não se modernizou, que já não consegue competir em muitos casos, que tem uma política de pessoal questionável, que serve para acomodações em cargos importantes por questões político-partidárias?", questiona.

Embora os Correios prestem serviços essenciais em regiões remotas do país, a atual estrutura da empresa tem se mostrado financeiramente insustentável, segundo ele.

O cenário é ainda mais complexo considerando o contexto fiscal do país, com pressões adicionais como o crescimento expressivo das emendas parlamentares, que aumentaram mais de 700% na comparação com a média anual de 2016-2017, relembra.

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