Polícia Federal aponta que casal agiu para driblar bloqueios judiciais e impedir ressarcimento de valores desviados
Poliana Santos | CNN Brasil, São Paulo
Investigação da PF (Polícia Federal) mostra que o ex-procurador do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e sua esposa, Thaísa Hoffmann Jonasson, continuaram a ocultar bens mesmo após o início das investigações da Operação Sem Desconto.
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| O ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho • Carlos Moura/Agência Senado |
De acordo com a PF, o casal teria atuado de forma coordenada para “neutralizar a eficácia das medidas judiciais”, adotando estratégias de ocultação patrimonial e frustração da persecução penal.
As investigações apontam ainda que ambos facilitaram rescisões contratuais que resultaram na devolução de valores e na fragmentação de fluxos financeiros, com o objetivo de impedir o ressarcimento do dano causado e dificultar futuras ações de bloqueio de bens.
“A medida cautelar atende, nesse caso, à garantia da ordem pública, diante do risco concreto de reiteração das práticas criminosas e do impacto social que delas decorrem”, informou a PF.
A prisão é justificada pela conveniência da instrução criminal, uma vez que as investigações apontam que o casal adotou estratégias de ocultação patrimonial e documental “aptas a comprometer a higidez da colheita das provas”. Além disso, a medida busca assegurar a aplicação da lei penal, diante da “deliberada destruição patrimonial” identificada pelos investigadores.
A Polícia afirmou ainda que, embora Thaísa Hoffmann não figurasse formalmente em alguns contratos, foram encontradas provas de sua participação ativa nas empresas e nos “atos de dissimulação patrimonial”.
“A PF entende que Virgílio atuava em comunhão de desígnios com Thaísa, e que a continuidade de movimentações suspeitas após a deflagração da operação demonstra risco concreto de reiteração delitiva e obstrução à aplicação da lei penal.”
Segundo a investigação, Thaísa é apontada como gestora operacional e financeira do esquema de lavagem de capitais, administrando empresas usadas para movimentar recursos ilícitos, entre elas estão:
- THJ Consultoria Ltda;
- Curitiba Consultoria em Serviços Médicos S.A;
- Vitae Care Centro Médico Ltda.
De acordo com a PF, essas companhias foram utilizadas para emitir notas fiscais falsas, simular contratos de prestação de serviços e ocultar valores desviados do esquema de fraudes previdenciárias.
A investigação também identificou que Thaísa adquiriu imóveis de luxo em vários estados, dissimulando a origem dos recursos ilícitos e usando laranjas para ocultar a verdadeira titularidade.
A PF destaca que, mesmo após o início da operação, a investigada “assinou distratos e manteve movimentações patrimoniais relevantes, com o objetivo de esvaziar o alcance das medidas de bloqueio e sequestro judicial”.
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