Pesquisa inédita realizada pelo EXTRA revela demandas dos moradores das comunidades

Levantamento aponta que moradores das favelas querem melhorias na saúde e na educação


Por Catiane Pereira | Extra

Melhorias na saúde e na educação, mais segurança e oportunidades de capacitação profissional e de trabalho. Esses são alguns dos interesses e necessidades apontados por moradores de favelas em pesquisa inédita realizada pelo EXTRA, com o apoio da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A iniciativa teve como objetivo dar voz à população que vive nas comunidades para mapear as demandas e os desafios desses territórios, levantando dados que possam contribuir para a construção de um futuro mais inclusivo e digno.

Rocinha, na Zona Sul do Rio — Foto: Fabiano Rocha / 17.09.2025

— Ouvir os moradores é imprescindível, pois são eles que lidam com a realidade das favelas. Vivenciam na pele questões que a cidade muitas vezes desconhece. Quando há oportunidade para que esses moradores se coloquem, eles sabem o que querem. Têm sabedoria construída na prática que não se encontra nos escritórios dos formuladores de políticas. Ouvir as favelas deveria ser visto como uma ação fundamental de qualquer gestor e formulador de políticas públicas — afirma o historiador Edson Diniz, que é fundador e ex-diretor da ONG Redes da Maré.

Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o vereador Carlo Caiado (PSD) avalia que os dados obtidos pela pesquisa são um legado importante que o projeto EXTRA Favelas deixa para os parlamentares.

— A pesquisa demandou a interação de forma constante com a sociedade civil das favelas. É importante a gente absorver (os dados), ver o que a gente escreveu (leis municipais) e onde estão sendo apresentadas as políticas públicas nas comunidades — diz Caiado.

Para a pesquisa, foram ouvidas 482 pessoas entre os dias 24 de setembro e 29 de outubro, moradoras de diferentes regiões. Segundo o levantamento, a saúde é a área que os entrevistados mais querem ver melhorias na comunidade onde vivem: foi apontada por 42% deles. Em seguida, aparecem educação, com 31%, e segurança, com 21%.

Dados da pesquisa realizada pelo EXTRA — Foto: Arte

Os dados também revelam que as autoridades precisam investir em ações que melhorem a mobilidade da população. A maioria dos entrevistados (80,3%) leva até duas horas por dia em seus deslocamentos para o trabalho ou estudo.

Números sobre saúde, educação, segurança e mobilidade que talvez expliquem o nível de satisfação dos entrevistados com a cidade do Rio. Entre os moradores do município, 44% declararam estar insatisfeitos por viver na capital.

Cursos de capacitação e empregos entre as prioridades

A pesquisa também mostra que capacitação e oportunidades de trabalho estão entre as principais demandas dos entrevistados. Os cursos de qualificação profissional com certificação e encaminhamento para vagas foram apontados como a maior prioridade para geração de emprego e renda na sua comunidade por 67% das pessoas que participaram do levantamento. Em seguida, 12% destacaram a oferta de vagas prioritárias para moradores em obras e serviços públicos locais. Já 8% elegeram as iniciativas para promover a formalização de pequenos negócios.

Ainda de acordo com a pesquisa, os cursos técnicos, oficinas e vagas de estágio surgem como as ações mais importantes para a juventude das comunidades, na opinião de 49% dos entrevistados. Também são citados programas esportivos (18%) e atividades culturais regulares (9%).

Dados da pesquisa realizada pelo EXTRA — Foto: Arte

Dados da pesquisa realizada pelo EXTRA — Foto: Arte

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