Promessa feita em maio era reduzir a tarifa para R$ 4,70, mas isso não vai acontecer. A ideia surgiu como um esforço para melhorar a popularidade do governo.
Por Leandro Resende | CBN — Rio de Janeiro
O governo do RJ desistiu de baixar o preço das passagens de trem e metrô para R$ 4,70. A informação está num ofício assinado no dia 30 de outubro pela secretária estadual de Transportes, Priscila Sakalem, obtido pela CBN.
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| Passageiros embarcam no metrô do Rio de Janeiro. — Foto: Clarice Castro/GERJ |
“Diante das restrições orçamentárias e após todos os esforços empenhados pelo Governo do Estado, por meio desta Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana (SETRAM), a fim de encontrar a melhor solução para subsidiar a Tarifa RJ - que reduziria o valor das tarifas do trem e do metrô para R$ 4,70 -, não será possível concretizar a medida neste momento”, diz um trecho do ofício.
Com isso, o governo poderá remanejar R$ 15 milhões que estavam previstos para uma campanha publicitária que divulgaria a medida. Dizia a ideia que “a nova tarifa pública vai virar realidade num momento em que o Estado apresenta soluções para destravar problemas históricos e complexos da mobilidade urbana do RJ, a partir da modernização dos contratos e da nova forma de remuneração dos operadores, permitindo maior controle do Estado sobre os serviços, inclusive, sobre o reajuste do valor da passagem”.
Agora, a secretária Priscila Sakalem diz que “a veiculação da campanha que trata sobre o tema não será efetivada, sendo necessário suspender o planejamento de divulgação da ação publicitária”.
O plano para baixar as tarifas foi revelado pela coluna Conversa de Bastidor, do CBN Rio, no dia 14 de maio. Dentro do governo, havia a expectativa que a medida fosse aumentar a aprovação do governador e reverter uma tendência de queda no número de passageiros do metrô - cuja tarifa é a mais cara do país.
Em 2019, antes da pandemia, foram transportados 252 milhões de passageiros. Em 2024 o número foi 27% menor, 184 milhões.
Promessa refeita
Ainda em maio, o então secretário de transportes, Washington Reis, defendeu a redução das tarifas, projetou que o governo gastaria R$ 300 milhões com o subsídio das passagens e viu, ali, o começo de sua passagem pelo governo do estado.Desautorizado por Castro, Reis foi demitido do cargo em julho pelo presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União), que assumiu o estado como governador em exercício. Após uma reunião com Castro naquele mês, Reis garantiu que a medida sairia do papel.
"A população no mês de julho terá esse presente do governador Cláudio Castro, que será o maior legado que ele vai deixar para a população. Eu tenho muito orgulho de ter construído isso junto com ele, com a nossa equipe lá da Secretaria'", afirmou ao CBN Rio, na época.
A CBN procurou a Secretaria de Transportes e aguarda retorno.
Déficit no orçamento
Enquanto isso, os deputados estaduais do Rio seguem discutindo nesta semana o projeto de orçamento enviado pelo governo do estado e que prevê déficit de R$ 18,93 bilhões no orçamento do ano que vem. De acordo com o projeto, em 2026 a receita líquida estimada será de R$ 107,64 bilhões e as despesas previstas somam R$ 126,57 bilhões.Nota
A Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana está elaborando estudos sobre o impacto da redução das passagens, levando em conta a realidade financeira do estado neste momento. O governo do estado reconhece a importância da implementação dessa política pública, que traz benefício direto na melhoria da renda da população. Entretanto, a decisão precisa levar em consideração a responsabilidade com as contas públicas diante de uma previsão de déficit orçamentário para 2026.Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para suas escolhas políticas

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