Vereadores de Niterói aprovam moção de repúdio contra deputado federal Carlos Jordy por voto na PEC da Blindagem

Parlamentar foi o único da cidade a apoiar a proposta, criticada por vereadores como um retrocesso no combate à corrupção.


Por O GLOBO — Rio de Janeiro

A Câmara Municipal de Niterói aprovou, na noite desta quarta-feira (1º), uma moção de repúdio contra o deputado federal Carlos Jordy (PL). O motivo foi o voto favorável do parlamentar à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 3/2021, conhecida entre críticos como PEC da Blindagem. Jordy foi o único deputado com domicílio eleitoral em Niterói a apoiar a proposta.

Câmara de Niterói: vereadores aprovaram moção de repúdio contra o deputado federal Carlos Jordy (PL) — Foto: Rafael Timileyi Lopes

A medida foi apresentada pelo vereador Professor Tulio (PSOL) e obteve apoio de outros dez parlamentares, obtendo um total de 11 votos favoráveis. Na justificativa, a moção afirma que a PEC cria “mecanismos de proteção corporativa à classe política” ao condicionar a abertura de ações penais contra parlamentares à autorização prévia do Congresso Nacional, além de restringir o alcance do Supremo Tribunal Federal para decretar medidas cautelares". Cinco vereadores votaram contra o texto. Outros cinco não estavam presentes no momento da votação.

— Ele defende que haja uma blindagem a deputado federal que cometa crime. Ele tem medo do quê? Em Niterói o bolsonarismo não se cria — declarou Tulio logo após a votação.

O texto aprovado sustenta que a atuação de Jordy contraria o interesse público e causa “profunda indignação e perplexidade” à população de Niterói, ao favorecer medidas que, segundo os vereadores, podem estimular a impunidade e enfraquecer o combate à corrupção.

Em sua defesa, o deputado alegou que seu voto em favor da chamada PEC da Blindagem faz parte de sua livre atuação política e teve a intenção de conter "abusos" de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

— Meu voto pala PEC das prerrogativas é mais um compromisso meu pela liberdade de expressão. O projeto buscava unicamente voltar ao texto original da Constituição para limitar os abusos de ministros do supremo. Fui eleito para ser porta-voz de meus eleitores e não posso ter medo de exercer minhas prerrogativas. A base de Rodrigo Neves deveria estar preocupada com os graves problemas da educação, saúde e serviços básicos da nossa cidade — defendeu.

Além de Túlio, assinaram a moção, como coautores, os vereadores Anderson José Rodrigues (Pipico), Antonio Carlos Morett Silva Junior, Benny Briolly, Jhonatan Costa dos Anjos, Leonardo Giordano, Mauricio Firmino Gomes, Milton Carlos da Silva Lopes, Robson Guimarães José Filho, Romério Pedro Duarte e Sylvio Maurício de Freitas.

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