Comissão ouve ex-procurador-geral do INSS nesta noite; depoente deu poucos detalhes de reunião com "Careca do INSS"
Guilherme Resck | O Antagonista
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), fez um apelo ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que decrete as prisões preventivas solicitadas pela comissão. A manifestação pública do parlamentar ocorreu pouco antes do início da oitiva do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho no colegiado. Virgílio está sendo ouvido nesta noite.
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| Senador Carlos Viana (Podemos-MG | )Carlos Moura/Agência Senado |
“Ministro André Mendonça, confiamos plenamente em vossa excelência. Sabemos da sua seriedade, do seu equilíbrio, do seu compromisso com a verdade. Mas o tempo da paciência acabou, ministro, agora é tempo de ação. Decrete as prisões já aprovadas por esta CPMI”, falou o congressista.
“São 19 pedidos, todos baseados em provas documentais, periciais, testemunhais, que comprovam a atuação direta de pessoas e entidades no desvio de recursos da previdência, no roubo de aposentados, no enriquecimento ilícito às custas da miséria dos brasileiros. Esses homens não vivem sob suspeita, vivem do roubo dos mais pobres, excelência. Enquanto o aposentado chora diante do contracheque, eles brindam com champagnes e vinhos caríssimos importados”.
Ele prosseguiu: “Milhões foram gastos dessa forma. Não é erro, excelência, é covardia. É roubo da velhice ao escalo contra quem construiu este país com as próprias mãos. Enquanto o povo pede respeito, eles compram o silêncio e a blindagem. Enquanto aposentados esperam por Justiça, o fraudador faz check-in pelo mundo. Dubai, Miami ou paraísos fiscais, onde podem esconder o dinheiro roubado”.
Mendonça é o relator, no STF, das investigações sobre os descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
Virgílio se diz inocente
Em apresentação inicial, o depoente desta noite na CPMI, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, afirmou que sempre pautou sua vida “em defesa da Constituição e do Estado brasileiro”.Ele não prestou o compromisso de dizer a verdade na comissão. “Reitero que todos os cargos por mim assumidos, os cargos em comissão, foram de indicações técnicas. Não sou político, não tenho padrinho político, sou apartidário, e sempre desempenhei minhas funções com base na Constituição e sem questões políticas”, pontuou.
Ele ainda ressaltou que não indiciado no caso da fraude no INSS. O depoente compareceu à CPMI com um habeas corpus, concedido pelo ministro Luiz Fux, que garante a ele o direito de ficar em silêncio nas perguntas que podem levar à sua autoincriminação.
Questionado pelo relator sobre uma reunião da qual participou em 13 de janeiro de 2023 com agora ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS“, ele forneceu poucos detalhes.
Segundo o depoente, o encontro foi para tratar de previdência social e INSS. Entretanto, disse que não pode informar o que o Careca do INSS fazia na reunião. Ele admitiu que já havia visto o lobista em outras oportunidades.
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