TRE mudará locais de votação no Rio para evitar influência do crime organizado nas eleições

Vice-presidente do tribunal se reuniu com forças de segurança no estado e promete ação especial para evitar registro de candidatos ligados a facções criminosas


Por O GLOBO — Rio de Janeiro

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) anunciou que vai mudar de endereço alguns dos locais de votação e tomar outras medidas para coibir a interferência de facções do crime organizado nas eleições de 2026.

Eleitor vota no segundo turno da eleição para presidente no Senai de Benfica, no Rio — Foto: Custodio Coimbra

— Temos eleitores que votam com medo, tamanha a influência e o poder dos criminosos em algumas áreas do Rio — afirmou em comunicado o desembargador Claudio de Mello Tavares, vice-presidente da entidade, após reunião na sexta-feira com autoridades em que a medida ficou acordada.

O encontro, realizado na sede do TRE-RJ, o Palácio da Democracia, no Centro da cidade, teve presença de "representantes da elite dos setores de inteligência das forças de segurança com atuação no estado", segundo comunicado do órgão.

Uma segunda medida a ser implementada, de acordo com o tribunal, é a "criação de mecanismos de cooperação para ampliar o acesso da Justiça Eleitoral a informações sobre candidatos, permitindo impedir em tempo hábil o registro de candidaturas de pessoas associadas ao crime organizado."

O objetivo é evitar a infiltração de criminosos no poder político. A maneira com que isso vai ser feito, provavelmente cruzando dados da polícia com os do TRE, deve ser determinada ao longo de outras reuniões nos próximos meses.

A tarefa de definir quais seções eleitorais têm risco de interferência já começou a ser organizada.

— Trabalharemos para modificar os locais de votação que enfrentam essa realidade, com a orientação de que o eleitor não vote a mais que 1,5 quilômetro de sua residência — disse Tavares, sugerindo que a interferência de criminosos já existe nessas áreas. — Para mudar essa realidade, precisamos impedir que pessoas associadas a essas práticas entrem para a política.

No comunicado, o TRE-RJ afirma que o objetivo da operação é fazer com que as eleições fluminenses de 2026 sejam "tranquilas, seguras e livres de interferências".

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