Proposta foi arquivada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, após enfrentar forte resistência popular; texto passou com folga na Câmara dos Deputados
Por Laura Kotscho | ICL Notícias
A PEC da Blindagem foi oficialmente enterrada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), nesta quarta-feira (24). O arquivamento da Proposta de Emenda Constitucional ocorreu poucas horas depois da sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que rejeitou, por unanimidade, o projeto que amplia a proteção de parlamentares na Justiça.
![]() |
Gustavo Gayer (PL-GO) |
Apelidada pela população de “PEC da Bandidagem”, a proposta previa que a investigação de parlamentares por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) só ocorresse mediante um aval do próprio Congresso. O texto passou com folga na Câmara dos Deputados no último dia 16, com 344 votos favoráveis e apenas 133 contrários.
A indignação da população foi imediata. Nos dias que se seguiram, a proposta começou a enfrentar forte resistência nas redes sociais e, no neste domingo (21), a revolta transbordou da internet e foi parar nas ruas. Os gritos de “sem anistia”, “fora Hugo Motta” e “PEC da Bandidagem não” ecoaram em todas as capitais do país. O resultado da força do povo nas ruas também foi imediato: PEC da Bandidagem arquivada pelo Senado.
O ICL Notícias traz uma série para relembrar alguns dos parlamentares que votaram para que esse Projeto de Emenda Constitucional (PEC) passasse na Câmara. O primeiro da lista é o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).
Gustavo Gayer (PL-GO)
Gustavo Gayer está entre os parlamentares de extrema direita no Congresso Nacional. Eleito deputado federal em 2022 pelo Partido Liberal (PL), Gayer angariou mais de 200 mil eleitores, conquistando o posto de segundo mais votado no estado de Goiás.O goiano de 44 anos foi alvo de acusações pesadas. Em outubro de 2024, sofreu busca e apreensão da Polícia Federal (PF) em uma operação que investiga o desvio de verbas parlamentares. De acordo com a PF, os recursos seriam usados para financiar as próprias empresas de Gayer. O deputado também foi apontado pela Polícia Federal como figura central no esquema utilizando dinheiro público.
Tem mais. Em 2022, o bolsonarista foi obrigado pela Justiça de Goiás a publicar vídeos de retratação por publicar uma série de fake news sobre medidas tomadas pela Prefeitura de Goiânia durante a pandemia da Covid-19. No mesmo ano, durante as eleições, Gayer foi proibido de utilizar qualquer comércio dentro do horário de expediente em Goiânia. O objetivo era evitar o “assédio eleitoral” dos empregados de qualquer comércio.
Já em novembro de 2022, o deputado teve seus perfis nas redes sociais desativados por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo: Gustavo Gayer compartilhou um vídeo do “consultor” argentino, Fernando Cerimedo, que é amigo do deputado Eduardo Bolsonaro, que divulgava dados falsos sobre as urnas eletrônicas.
Em 2023, o bolsonarista foi responsável por uma onda de ódio contra uma professora por usar uma camiseta com uma imagem da obra ‘Seja marginal, Seja herói’, de Hélio Oiticica (1937–1980). A docente acabou sendo demitida. No mesmo ano, Gayer foi responsável pela remoção da obra “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” da lista do vestibular da Universidade de Rio Verde (UniRV). Ele alegou que o romance continha “absurdos pornográficos”.
Ainda em 2023, Gayer afirmou em um podcast que africanos tinham baixo quociente de inteligência (QI) e que eles não têm “capacidade cognitiva” para viver em um regime democrático.
Uma das mais recentes baixarias envolvendo o nome de Gustavo Gayer, o parlamentar goiano declarou que pensou num “trisal” entre a ministra das Relações Institucionais, Gleisi, Hoffmann, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) — namorado da deputada licenciada —, e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado. A fala ocorreu em maio deste ano. À época, o presidente do Congresso afirmou que pediria a cassação do deputado.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para suas escolhas políticas
Postar um comentário
Grato por sua colaboração.