Segundo o MP-SC, os repasses indevidos teriam como beneficiária uma construtora contratada pela prefeitura. Os investigadores apuram corrupção ativa e passiva, com acordos entre agentes públicos e empresários.
Jornal Razão
Milena Andersen Lopes (PL), ex-prefeita de Vargem e ex-presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos nesta terça-feira (5) durante a Operação Via Clandestina, deflagrada pelo Ministério Público de Santa Catarina. As informações são do jornalista da NSC Raphael Faraco.
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A suspeita é de que ela tenha recebido propina ‘no meio da rua’, durante o exercício do segundo mandato como prefeita (2021–2024), em troca de favorecimentos em contratos de pavimentação asfáltica.
Segundo o MP-SC, os repasses indevidos teriam como beneficiária uma construtora contratada pela prefeitura. Os investigadores apuram corrupção ativa e passiva, com acordos entre agentes públicos e empresários. Ainda conforme a denúncia, os encontros entre os envolvidos ocorriam de forma clandestina, em locais abertos e previamente combinados.
Além de Milena, foram alvos da operação o empresário responsável pela construtora envolvida no caso, além de endereços comerciais e públicos, incluindo a própria sede da Prefeitura de Vargem.
A operação teve apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), do Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) e da Polícia Científica. No total, oito mandados foram cumpridos em quatro municípios: Vargem, Campos Novos, Lages e São José. Documentos e mídias eletrônicas foram apreendidos para análise.
Nomeação recente em cargo estadual
Em fevereiro deste ano, Milena foi nomeada como secretária-adjunta da Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família de Santa Catarina. A nomeação foi publicada no Diário Oficial no dia 14 e anunciada em perfis oficiais do governo. A atual secretária da pasta é Adeliana Dal Pont, ex-deputada federal.A Secretaria de Estado afirmou, em nota, que “não foi notificada oficialmente sobre os nomes dos investigados” e reforçou que a operação “não envolve nenhuma ação do Governo do Estado”. Milena ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.
Posicionamentos oficiais
A Fecam, entidade que Milena presidiu em 2023, também se manifestou por meio de nota:“Conforme as informações disponíveis até o momento, a referida operação não envolve a atuação da Federação, nem diz respeito à sua estrutura ou às atividades desenvolvidas pela entidade”.
Até a última atualização desta matéria, a ex-prefeita não havia sido localizada para comentar as acusações. A reportagem também entrou em contato com a construtora investigada e com a Prefeitura de Vargem, mas não obteve retorno.
Entenda a Operação Via Clandestina
O nome da operação faz alusão ao modo como os encontros para os repasses ilegais teriam ocorrido: em vias públicas e de forma oculta, com prévio agendamento entre os envolvidos. O MP investiga a existência de um esquema de corrupção instalado durante a gestão municipal, com promessas de vantagens em troca de contratos superfaturados.Os próximos passos da investigação incluem a análise dos documentos apreendidos, depoimentos de envolvidos e eventual aprofundamento das diligências. O caso segue sob sigilo parcial.
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