MP Eleitoral apontou indícios de uso de verbas públicas para custear gastos de fundação ligada ao partido
Guilherme Amado e Bruna Lima | PlatôBR
O Ministério Público Eleitoral apontou, na última quinta-feira, 13, R$ 1,8 milhões em irregularidades nas contas do Republicanos em 2023. O órgão afirmou que existem indícios de uso de verbas públicas do partido para custear despesas da Fundação Republicana Brasileira (FRB), instituição sem fins lucrativos mantida pelo partido.
![]() |
Deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP) | Câmara dos Deputados |
Ao Tribunal Superior Eleitoral, o MP disse que o Republicanos também pagou despesas administrativas da sigla com dinheiro destinado ao incentivo de participação feminina em eleições. O parecer também afirma que houve repasse indevido a diretórios que estavam impedidos de receber dinheiro do fundo eleitoral.
Presidido pelo deputado federal Marcos Pereira, o Republicanos tem como seus principais nomes o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cotado para a disputa presidencial em 2026 com possível apoio de Jair Bolsonaro.
O Republicanos, segundo o MP Eleitoral, destinou verba do fundo partidário para comprar um imóvel em Brasília, por R$ 8,5 milhões, onde funciona a Faculdade Republicana, que é vinculada à Fundação Republicana.
“A documentação apresentada demonstra que é feito um rateio das despesas entre o partido, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), a Fundação Republicana Brasileira e a Faculdade Republicana, que funcionariam no mesmo imóvel. Ao examinar as despesas a seguir indicadas, o MPE identificou que os relatórios de atividades fazem menção à execução de trabalhos em prol da Faculdade Republicana, instituição de ensino mantida pela Fundação Republicana Brasileira”, aponta o parecer.
O MP Eleitoral também aponta o gasto sem discriminação de verba eleitoral para hospedagens, passagens de avião e “gastos extras em hospedagens”, como consumo de frigobar.
O órgão pediu no parecer a reconsideração de uma decisão do TSE que pedia uma análise separada das contas do Republicanos e da Fundação Republicana Brasileira. O MP Eleitoral afirmou que a junção da análise de contas é necessária devido às despesas conjuntas.
A coluna procurou o Republicanos, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço continua aberto para manifestações.
Postar um comentário
Grato por sua colaboração.