Alta nas despesas foi puxada por gastos discricionários, sobretudo do Ministério da Saúde
Por Bernardo Caram | Reuters
BRASÍLIA - O governo central registrou um déficit primário de R$14,497 bilhões em setembro, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira, bem superior ao saldo negativo de R$5,170 bilhões registrado no mesmo mês de 2024.
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| Moedas de real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos |
Apesar de um rombo menor que o esperado, o saldo foi o pior para meses de setembro desde 2020 em dados corrigidos pela inflação, quando ficou negativo em R$103,9 bilhões em meio às ações de enfrentamento à pandemia de Covid-19.
Economistas consultados pela Reuters esperavam que o dado, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, seria deficitário em R$15,3 bilhões no mês.
O desempenho do mês passado é resultado de receitas líquidas -- que excluem transferências para governos regionais -- de R$172,369 bilhões, um aumento real de 0,6% frente ao mesmo período de 2024, e despesas totais de R$186,866 bilhões de reais, alta de 5,7%.
Do lado das despesas, o salto nos desembolsos foi causado majoritariamente por uma elevação de R$10,6 bilhões em gastos discricionários de ministérios, alta de 100,9% em relação ao mesmo mês de 2024.
Entre os destaques das receitas está um aumento de R$2,3 bilhões nos ganhos com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e de R$6,2 bilhões na arrecadação líquida para a Previdência. Por outro lado, houve redução de R$2,2 bilhões na arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
No acumulado de janeiro a setembro, o governo central registrou um déficit primário de R$100,385 bilhões. No mesmo período em 2024, foi registrado um saldo negativo de R$103,573 bilhões.
Nos primeiros nove meses do ano, houve alta real de 3,5% na receita líquida do governo, ao passo que as despesas totais subiram 2,8% em comparação ao mesmo período de 2024.
No acumulado dos últimos 12 meses, o governo registrou um déficit de R$35,6 bilhões, equivalente a 0,32% do PIB.
A meta de resultado primário para 2025 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), o que corresponde a cerca de R$31 bilhões.
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