''Não existe braço do crime organizado na política'', diz Cláudio Castro

Governador defende que leis eleitorais sejam mais rígidas para evitar infiltração de criminosos nas instituições


Por Walter Farias | O Globo

O governador Cláudio Castro disse nesta quarta-feira não acreditar que o crime organizado já tenha conseguido se infiltrar na política. O comentário foi feito na sede do Batalhão de Operações Policiais (Bope), na Favela Tavares Bastos, em Laranjeiras, onde anunciou investimentos na corporação. A resposta foi dada ao ser perguntado sobre a prisão do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias (sem partido), suspeito de ligação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV).

Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro — Foto: Willian Volcov / Valor

Além de TH Jóias, outras pessoas foram presas. Uma delas, Alessandro Pitombeira Carracena, ocupou cargos no governo Castro como subsecretário de Defesa do Consumidor e também foi secretário estadual de Esportes e Lazer.

— Em primeiro lugar quero parabenizar a polícia civil, a polícia federal e os ministérios públicos do Estado e Federal que promoveram duas operações em uma. Isso demonstra o que vínhamos conversando: só através de integração, só através do trabalho conjunto, que vamos conseguir vencer a guerra contra a criminalidade. A operação é uma prova que não há fronteira do estado para combater o tráfico, a milicia ou quem quer que seja. Não temos escolha de que tipo de criminoso que a gente vai combater. Nessa, teve delegado da polícia federal, teve agente de policia, ex-secretário, deputado estadual. Isso mostra que nossa política de segurança, nossa justiça estão sendo isentos no combate —, disse o governador.

Cláudio Castro prosseguiu:

— Sinceramente, não acredito que exista um braço dessas instituições na política, mas um braço querendo entrar na política, isso está claro. Sobretudo na Alerj, não houve tentativas de atrapalhar oou diminuir o trabalho da policia, muito pelo contrário. Isso é demonstrado pelo número de deputados que está aqui (na sede do Bope) e frequentam eventos da polícia. Há vontade de acertar —declarou o governador do Rio.

— As leis eleitorais têm que ser cada vez mais mais duras para evitar que essas pessoas entrem seja na política ou instituições como o Judiciário. Mas a gente não pode criminalizar a politica. Mas os criminosos que querem entrar na política e em instituições do judiciário têm que ser combatidos. Tem facção criminosa preparando juiz , preparando promotor, defensor público, policial, políticos. O que cae a nós é combater com firmeza, com dureza e impedir que isso aconteça — finalizou Castro.

A investigação revelou que TH Jóias utilizava o mandato para favorecer o crime organizado, intermediando a compra e a venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Além do deputado e de Carracena também foram presos, entre outros: Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, apontado como traficante; Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, assessor de TH Jóias; e o delegado da Polícia Federal Gustavo Stteel.

Secretário diz que desconhecia envolvimento

Titular da pasta, Gutemberg Fonseca esclareceu que Carracena ficou um ano a serviço da secretaria. Na ocasião, ele pediu para ser exonerado para atuar como advogado, profissão na qual é formado, em um escritório.

— Jamais ele deixou a imaginar que tivesse alguma ligação com B, C ou D. É muito técnico, profissional, estava sempre com a família. Para a gente, isso (a prisão) é uma grande surpresa — disse Gutemberg, pontuando que conhece Carracena há 20 anos e que, como advogado, o ex-subsecretário era "muito ético e técnico da matéria de defesa do consumidor".

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  1. A pergunta que fica: então quem é o deputado estadual preso? E a deputada Lucinha? A ALERJ parece um antro. A qual facção pertence o desGovernador? Ou é miliciano?

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