Líder do PT pede prisão de Eduardo por articular pressão militar dos EUA contra Brasil

Lindbergh Farias (RJ) solicitou ainda bloqueio imediato de subsídios, cota e verba parlamentar pagos ao deputado, que está nos Estados Unidos desde março


Fábio Zanini | Folha de S.Paulo

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta terça-feira (9) representação criminal no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro, filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por articular o uso de poder econômico e militar dos Estados Unidos contra o Brasil.

Deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) durante entrevista nos Estados Unidos - Jessica Koscielniak/REUTERS

No documento, Lindbergh cita reportagem da Folha com declarações da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que o presidente Donald Trump aplicou tarifas e sanções contra o Brasil para proteger a liberdade de expressão e que o país não terá medo de usar o "poder econômico e militar" para defendê-la.

No pedido, o líder do PT na Câmara afirma que a "ameaça de ingerência externa não surge isolada, mas como resultado da articulação de atores políticos brasileiros que vêm solicitando apoio estrangeiro contra as instituições nacionais", entre eles Eduardo.

Lindbergh ressalta que, durante o período em que Eduardo está ausente do país, foram gastos cerca de R$ 721.312,64. Ele também cita outra declaração do filho de Jair Bolsonaro direcionada aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil - AP), de que "está muito mais fácil um porta-aviões chegar no Lago Paranoá — se Deus quiser, chegará em breve".

"O uso do mandato a partir do exterior, sem respaldo legal, constitui desvio de finalidade, pois o cargo passa a servir a agendas pessoais e hostis ao Brasil, custeadas com verba pública", argumenta. "A continuidade dos pagamentos e a ausência de deliberação sobre os pedidos de afastamento e/ou cassação de mandato reforçam a percepção de tolerância com práticas incompatíveis com o interesse público."

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