PGR denunciou o deputado e o blogueiro Paulo Figueiredo nesta segunda-feira (22)
Leticia Martins e Davi Vittorazzi | CNN, SĂŁo Paulo e BrasĂlia
ApĂłs ser denunciado pela Procuradoria-Geral da RepĂșblica nesta segunda-feira (22) por coação devido atuação nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou a denĂșncia Ă© "fajuta" e Paulo Gonet de "lacaio" de Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
![]() |
"Esqueçam acordos obscuros ou intimidaçÔes que usaram por anos, porque nĂŁo funcionam conosco — isto vale para mais esta denĂșncia fajuta dos lacaios do Alexandre na PGR. O recado dado hoje Ă© claro: o Ășnico caminho sustentĂĄvel para o Brasil Ă© uma anistia ampla, geral e irrestrita, que ponha fim ao impasse polĂtico e permita a restauração da normalidade democrĂĄtica e institucional", disse Eduardo em nota conjunta com Paulo Figueiredo, blogueiro que tambĂ©m foi denunciado pelo PGR.
Eles também comentaram sobre as sançÔes dos Estados Unidos contra a esposa do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Viviane Barci de Moraes, que foram recebidas "com gratidão" por Eduardo e Paulo.
Segundo o Departamento de Tesouro dos Estados Unidos, as novas sançÔes impostas contra Viviane e a empresa LEX - Institutos de Estudos JurĂdicos miram a rede de apoio financeiro do magistrado.
A esposa de Moraes e a companhia sofreram sançÔes nesta segunda com base na Lei Magnitsky.
De acordo com nota do departamento, a LEX atua como "holding para Moraes, sendo proprietĂĄria de sua residĂȘncia, alĂ©m de outros imĂłveis residenciais".
"A propriedade nominal de muitos desses imĂłveis foi transferida de Moraes e sua famĂlia para o Lex Institute hĂĄ mais de uma dĂ©cada", destacou.
Entenda a denĂșncia da PGR
De acordo com o procurador-geral da RepĂșblica, Paulo Gonet, Eduardo e Paulo articularam sucessivas açÔes voltadas a intervir nos processos judiciais para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o prĂłprio blogueiro.A denĂșncia foi apresentada no Ăąmbito do inquĂ©rito em que tambĂ©m o ex-presidente foi indicado pela PF. No entanto, Gonet nĂŁo apresentou denĂșncia contra Bolsonaro, que jĂĄ foi condenado pelo STF a 27 anos e trĂȘs meses por tentativa de golpe de Estado.
"As condutas criminosas se sucederam, estruturadas pela ameaça de obtenção de sançÔes estrangeiras tanto para os Ministros do Supremo Tribunal Federal como para o prĂłprio paĂs. O propĂłsito foi o de livrar Jair Bolsonaro, e tambĂ©m o prĂłprio Paulo Figueiredo, da condenação penal pelos crimes que ensejaram a abertura de procedimentos criminais relativamente aos fatos narrados na AP 2.668", diz Gonet na denĂșncia.
O procurador-geral tambĂ©m relata que as ameaças feitas para pressionar os juĂzes a nĂŁo concluir corretamente o processo criminal — seguindo a lei e punindo de forma justa os crimes cometidos — tambĂ©m prejudicariam a sociedade e a economia do Brasil.
"Os denunciados divulgaram amplamente tragédias financeiras, decorrentes das sançÔes que se afirmavam e se mostraram aptos para conseguir nos Estados Unidos da América, se o Supremo Tribunal Federal não liberasse os acusados no processo penal contra Jair Bolsonaro e outros", prossegue.
"Com isso, pretendiam fazer a população crer que essas sançÔes, que descreveram dramaticamente, a recair sobre o Brasil, tinham por causa a atuação dos Ministros do Supremo Tribunal Federal no julgamento da ação penal contra Jair Bolsonaro", completa.
O crime de coação no curso do processo ocorre quando alguĂ©m usa violĂȘncia ou grave ameaça para interferir num processo judicial, para beneficiar a si mesmo ou a terceiros. Segundo o Art. 344 do CĂłdigo Penal, o crime Ă© previsto com a pena de reclusĂŁo de 1 a 4 anos e multa.
Além da condenação pelo crime de coação, Gonet requer a reparação dos danos decorrentes das açÔes criminosas dos denunciados.
Leia a nota de Eduardo e Paulo na Ăntegra:
"Recebemos com gratidĂŁo a notĂcia das medidas adotadas hoje pelos Estados Unidos. Elas reforçam o compromisso do presidente Trump, do SecretĂĄrio Rubio e do SecretĂĄrio Bessent com a liberdade, e avançam a estratĂ©gia de ampliar os efeitos das sançÔes Magnitsky sobre a rede de apoio de Alexandre de Moraes.Seguiremos atuando e advogando, junto a parceiros internacionais, para que outros apoiadores que facilitaram ou se beneficiaram de condutas sancionadas sejam gradualmente incluĂdos. O cancelamento de vistos de oficiais do governo brasileiro, do TSE e do JudiciĂĄrio Ă© um aviso inequĂvoco: ninguĂ©m serĂĄ poupado — nĂŁo importa o escalĂŁo ou se estavam apenas “cumprindo ordens” — se persistirem em prĂĄticas que afrontam o Estado de Direito.
As ameaças de Alexandre, feitas por meio da imprensa, de encarcerar adversĂĄrios polĂticos caso as sançÔes nĂŁo cessassem, nĂŁo tiveram qualquer efeito. Pelo contrĂĄrio: sĂł reforçaram a convicção de que estamos lidando com terroristas. E a AmĂ©rica nunca negocia com terroristas.
Esqueçam acordos obscuros ou intimidaçÔes que usaram por anos, porque nĂŁo funcionam conosco — isto vale para mais esta denĂșncia fajuta dos lacaios do Alexandre na PGR. O recado dado hoje Ă© claro: o Ășnico caminho sustentĂĄvel para o Brasil Ă© uma anistia ampla, geral e irrestrita, que ponha fim ao impasse polĂtico e permita a restauração da normalidade democrĂĄtica e institucional.
Eduardo Bolsonaro
Paulo Figueiredo"
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notĂcias relevantes para suas escolhas polĂticas
Postar um comentĂĄrio
Grato por sua colaboração.