Requerimentos de convocação de Maria Inês Batista de Almeida, falecida em novembro de 2024, foram feitos pelo deputado Alencar Santana e pelo senador Fabiano Contarato; parlamentares afirmaram que pedido foi realizado a todos os citados no inquérito da PF
Por Levy Teles | O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – Parlamentares do PT apresentaram um requerimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pedindo a convocação de uma pessoa morta. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) e o deputado Alencar Santana (PT-SP) protocolaram requerimentos em que pedem o depoimento de Maria Inês Batista de Almeida, que foi presidente da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec).
Maria Inês Batista de Almeida morreu no final de novembro de 2024. A Ambec é a terceira entidade que mais descontou valores dos beneficiários do INSS em 2024.
Procurado, Fabiano Contarato afirmou que não houve checagem de cada nome neste primeiro momento e foram apresentados requerimentos sobre todos os nomes citados no inquérito da Polícia Federal.
Ao Estadão, Alencar Santana também confirmou a versão, afirmando que o grupo de trabalho apresentou nomes de presidentes de todas entidades envolvidas no caso. O deputado afirmou que vai retirar o pedido de convocação.
A associação é investigada por ser supostamente controlada por “laranjas” ligados ao empresário do setor de saúde Mauricio Camisotti.
Em 2024, a Ambec realizou descontos estimados em R$ 231,3 milhões, o equivalente a 8,8% do total feito por todas as associações. Os descontos começaram em 2022, com R$ 25 milhões, e cresceram para R$ 91,4 milhões em 2023.
Em dezembro de 2021, a Ambec tinha apenas três associados, mas saltou para mais de 600 mil em dezembro de 2023.
A Ambec foi fundada em 2006 e está sediada no bairro Vila Olímpia, em São Paulo. Até fevereiro do ano passado, quando denúncias sobre descontos ilegais feitas pela associação foram publicadas no portal de notícias Metrópoles, era presidida por Maria Inês Batista de Almeida, ex-auxiliar de dentista que trabalhou nas empresas Brazil Dental e Prevident, ambas do grupo THG (Total Health Group), de Camisotti. Ela morava no Jardim Robru, na zona leste de São Paulo, segundo o inquérito.
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