MP vai investigar possível enriquecimento ilícito de Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj

Em 2018, na sua primeira eleição, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 85 mil e, na eleição seguinte, tinha quase 10 vezes mais, totalizando R$ 793 mil.


Por Gabriel Barreira e André Coelho Costa | RJ2

O Ministério Público do Rio (MPRJ) vai investigar se o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) enriqueceu ilicitamente. A investigação foi determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, Antônio José Campos Moreira.

MP vai investigar possível enriquecimento ilícito de Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj — Foto: Reprodução/TV Globo

O parecer foi emitido quatro meses depois de uma investigação contra Rodrigo Bacellar (União) e seu advogado ser arquivada pelo Conselho Superior do Ministério Público.

O inquérito, que começou em 2023, investigava uma cobertura em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e uma mansão em Teresópolis, na Região Serrana. Ambas estão no nome do advogado Janses Calil Siqueira, que tem relação próxima ao deputado.

O novo parecer aponta que as apurações não conseguiram elementos que comprovassem ato de improbidade administrativa que importasse em enriquecimento ilícito, nem foram identificados danos ao erário.

O documento afirma que a decisão de arquivamento pelo Conselho, no entanto, determinou a apuração autônoma de outros fatos que não foram examinados no procedimento.

A decisão assinada pelo procurador-geral de Justiça determina a apuração sobre indícios de evolução patrimonial incompatível com a remuneração do presidente da Alerj.

Em 2018, na sua primeira eleição, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 85 mil e, na eleição seguinte, tinha quase 10 vezes mais, totalizando R$ 793 mil.

Frigorífico em Campos

O RJ2 mostrou, há dois anos, que o advogado Janses Calil Siqueira era o homem por trás de um frigorífico em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, num terreno equivalente a seis campos de futebol, com potencial de faturar R$ 1 milhão por mês.

Agora, o MP vai apurar se Bacellar seria sócio oculto da empresa JGPS Comércio de Carnes, a responsável pelo negócio.

O advogado admitiu, em 2023, que obteve financiamento junto à agência de fomento do Rio, a Agerio – o que também será apurado pelo MP.

A licença ambiental concedida pelo Inea é outro braço da investigação. O documento está no nome de Leonardo Barreto Almeida Filho. Na época, o RJ2 mostrou a proximidade entre ele e Bacellar.

Procurado, o deputado Rodrigo Bacellar disse que já foram prestados esclarecimentos que demonstraram não haver qualquer tipo de ilegalidade nos pontos abordados e que, diante de novos questionamentos, irá novamente detalhar, de forma transparente, que tudo foi realizado dentro da legalidade.

O advogado Janses Calil Siqueira não deu retorno à TV Globo.

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