Marcelo Lima, prefeito afastado de São Bernardo, já foi exonerado de secretaria e perdeu mandato de deputado federal

Prefeito de São Bernardo do Campo foi afastado do cargo na quinta (14), após operação da Polícia Federal que investiga esquema de corrupção. Em 2021, ele foi exonerado do cargo de secretário da Secretaria de Serviços Urbanos e, em 2023, perdeu mandato de deputado federal.


Por Paola Patriarca | g1 SP — São Paulo

Marcelo de Lima Fernandes (Podemos) foi afastado do cargo de prefeito de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, após uma operação da Polícia Federal contra esquema de corrupção nesta quinta-feira (14). Segundo a PF, há indícios de corrupção e pagamento de propina em contratos com empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção.

Posse do prefeito Marcelo Lima (Podemos) na Prefeitura de São Bernardo do Campo, em 1° de janeiro de 2025. — Foto: Divulgação/Câmara Municipal de SBC

Esta não é a primeira vez que Marcelo Lima é afastado de uma função pública. Em 2021, ele foi exonerado do cargo de secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo e, em 2023, perdeu o mandato de deputado federal.

A exoneração de Marcelo Lima do comando da Secretaria de Serviços Urbanos de São Bernardo do Campo ocorreu em outubro de 2021. Na época, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, deflagrou uma operação para apurar denúncias de fraudes em licitações, dispensa ilegal de certames e corrupção passiva e ativa em contratos, incluindo a própria Secretaria de Serviços Urbanos, quando era titular da pasta.

Um das medidas contra Marcelo foi a "suspensão do exercício das funções públicas" como secretário. Ele foi exonerado do cargo após decisão da Justiça de São Paulo, a pedido do MP.

Em outubro de 2024, o Ministério Público informou que as medidas cautelares seguiam vigentes e o pedido de revogação apresentado por ele ainda aguardava análise judicial. O g1 pediu atualização do caso ao MP, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Perda de mandato de deputado federal

Em 2022, Marcelo foi eleito deputado federal com 110.430 votos. Porém, em 2023, por 5 votos a 2, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral decidiram decretar a perda de mandato por infidelidade partidária.

O então parlamentar havia sido eleito pelo Solidariedade e migrado para o PSB. O Solidariedade, então, afirmou que o deputado deixou o partido em fevereiro de 2023 sem apresentar a chamada justa causa, um requisito necessário para manter o mandato mesmo com a troca de sigla.

Pela legislação, é considerado haver justa causa quando há incorporação, fusão ou criação de partido e quando ocorre "mudança substancial ou o desvio reiterado do programa partidário e grave discriminação pessoal".

Na época, a defesa do deputado argumentou que ele saiu da sigla porque o partido não atingiu os requisitos da cláusula de desempenho (eleição de um número mínimo de parlamentares para ter acesso a recursos do fundo partidário e tempo de rádio e TV) nas eleições.

Quem assumiu a vaga de deputado federal no lugar de Marcelo Lima foi Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que era o primeiro suplente.

Esquema descoberto pela PF

Marcelo Lima foi afastado na quinta (14) do cargo de prefeito de São Bernardo do Campo por um ano após uma operação da Polícia Federal que investiga um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura da cidade. Dois empresários e um servidor foram presos.

De acordo com a PF, a investigação começou no mês passado, a partir da apreensão de quase R$ 13 milhões e US$ 157 mil em espécie - totalizando os cerca de R$ 14 milhões - na posse de um servidor público considerado o operador do esquema e que está foragido - há um mandado de prisão decretado contra ele.

O dinheiro foi encontrado por acaso: a PF estava num prédio no dia 7 de julho para prender outro alvo e abordou o servidor, que se chama Paulo Iran e é auxiliar legislativo da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Os policiais encontraram R$ 583.300 no carro dele. Depois, numa sala no mesmo prédio, apreenderam R$ 12.278.920 e US$ 156.964.

Segundo o inquérito policial, obtido pela TV Globo, Paulo Iran era o operador financeiro do esquema, responsável pela arrecadação e pela distribuição dos valores pagos pelas empresas à administração municipal.

Em nota, o advogado de Paulo informou que "aguarda acesso aos autos, onde se manifestará".

0/Post a Comment/Comments

Grato por sua colaboração.